HOMENAGEM

Eu José Carlos autor do blog, em março de 2010, sofri um acidente de motocicleta que fez viver a tetraplegia como uma realidade a ser imposta em minha vida, ainda que seguisse o oposto e minha sensibilidade tátil por todo o meu corpo estive potencializada, a hipótese sempre foi a mais cogitada por todos os especialistas a que fui, eu tive apoio.

Este apoio veio de uma maneira inusitada, informal, diferente, mas muito eficaz, precisa, impessoal e importante. Atualmente, este blog como já disse noutra oportunidade, ainda que tenha um tônus formal e científico, e impulsionado por conta da doença de meu sobrinho, pretendo muito postar mensagens que possam ser lidas e refletidas como mensagem de “gente pra gente”, seja do (a) enfermo (a), de seus familiares, cuidadores, ou seja de todos que me autorizem replicar aqui “Sua Voz”.

Contudo, neste momento vou utilizar este instante para colocar alguns trechos copiados de um blog, que foi o meu sustento em minha maior adversidade. Seria injusto publicar a autoria, porque houveram tantos apoios, que minha consciência seria meu maior algoz, sendo assim, perdoem-me.

“Aqui tive uma transformação da minha vida, comecei o blog com as minhas muletas cor-de-rosa, e eis agora estou aqui sentada na minha cadeira vermelha... Foi fácil essa transição?

Não, toda mudança envolve vários fatores, é os sentimentos à flor da pele, oscilações de momentos tristes e alegres, mais eu superei tudo isso, e posso dizer a vocês foi uma escolha consciente, que eu sabia que uma hora iria acontecer... Será que antecipei? Não, poupei a coluna da lesada... Rsrsr

Na vida sempre existem surpresas, você nunca está livre de um acontecimento que não esperava... Bom pra falar a verdade quando eu completei 25 anos eu já pensava que um dia eu seria uma cadeirante, mais não tão depressa assim... Claro que foi uma escolha minha ser cadeirante, já que as muletas estavam me atrapalhando a cada dia...  Se eu quisesse ainda estaria me arrastando com as minhas muletinhas, mais eu decidi, optei por qualidade de vida...  Ser cadeirante consiste em uma serie de acontecimentos, você tem que pensar sempre sentado... Rsrsr Com o tempo fui me acostumando com as mudanças na minha vida, a cadeira já quase faz parte do meu corpo... 

As dificuldades existem é claro e estamos aqui para podermos enfrentá-las, mais fica nessa como seria se eu andasse? Se eu falasse? Se eu enxergasse? É muito "se", eu penso o que é bom é pensar na vida agora, o que ela está sendo, isso que é importante... Os "serás", "ses" e "porquês" sempre existirão, acho que se não nos fizéssemos essas perguntas frequentemente não seríamos humanos, com sentimentos, dúvidas e com certeza vontade de "saber "... Eu me perguntei várias vezes com certeza, mais na época da adolescência, sabe aquela fase complicada, mais hoje me aceito do jeito e modo que eu sou, claro que quero melhorar sempre...  Sempre estamos à procura de novos sonhos, conquistas... Isso que nos impulsa para esse mundo, isso que nos faz ver, crescer e progredir... Penso que seria petulância da minha parte fazer tantas perguntas, eu sou como sou e pronto... Simples assim... Prazer eu sou a.....

Agora é hora de lavar a alma. De limpar a casa. De arrumar as gavetas. De fazer aquela faxina básica na sua vida.  O fim do ano chegou! É hora de rever tudo o que se guardou e jogar fora o que já não serve mais. É quando o presente vai virando passado e vai deixando pra trás aquilo que, na verdade, já ficou pra trás. É quando o coração tenta perdoar tudo o que deveria ter sido e não foi e então se livra do peso da mágoa, do medo e da dor. É quando o futuro chega brilhante e abre, bem ao nosso alcance, todas as possibilidades e a gente renova as esperanças, sonha de novo ou sonha tudo de novo. É quando a gente fica de alma lavada, com a vida nova e com o coração aberto. Isso. A gente fica com o coração aberto e deixa o ano novo entrar. FELIZ ANO NOVO!!!!! “

Estes trechos foram cruciais para uma nova vida, hoje eu ando próximo do que fui, com algumas limitações, mas abençoadamente melhor, por isto vou fazer o que puder, pra seguir acrescentando vozes.

Sei que serão lidas no momento certo, da forma certa, compreendida com o objetivo certo, na hora certa, pela pessoa certa.

José Carlos